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domingo, 21 de outubro de 2012
CONHECIMENTO
RECEBIDO
O conhecimento pode ser recebido
ou construído. O conhecimento recebido é aquele que vem de uma autoridade e já
pronto para consumo; tipicamente é aquele que se recebe na escola, nos livros,
nas publicações acadêmicas e até nos meios de comunicação de massa. O uso
da autoridade é bastante comum na divulgação do conhecimento sobre a língua. As
principais gramáticas da língua portuguesa, por exemplo, são conhecidas pelos
nomes de seus autores. Temos, assim, a gramática do Bechara, do Celso
Cunha, do Napoleão, para citar apenas três. O mesmo ocorre com os
dicionários. Os três maiores dicionários da língua portuguesa são
conhecidos pelo nome das pessoas que os idealizaram: o Aurélio, o Michaelis e,
mais recentemente, o Houaiss. É óbvio que um dicionário do porte de qualquer um desses três não
pode ser a obra de uma única pessoa. O conhecimento necessário
para produzir um dicionário hoje é tão complexo que não pode ser mais o
resultado de um trabalho individual; tem que ser um trabalho de equipe.
Estamos na época da inteligência coletiva, distribuída não só entre pessoas
afinadas por um mesmo objetivo, mas até entre pessoas e máquinas. O Houaiss, para ficar ainda no exemplo do dicionário, não
seria viável na década de 60, nem em termos de qualidade de impressão nem em
termos de custo. Não haveria, na época, a tecnologia disponível para apresentar
um produto que reunisse a qualidade gráfica e científica que se exige hoje de
um dicionário, a um preço que possa ser pago, pelo menos, por um segmento
razoável da população.
1. Qual O
ARGUMENTO apresentado no texto pelo o autor PARA DEFENDER A TESE?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2.
No período “O conhecimento recebido é aquele que vem de uma autoridade e já
pronto para consumo; tipicamente é aquele que se recebe na escola, nos
livros, nas publicações acadêmicas e até nos meios de comunicação de massa,”
POSSUI:
a) or. Subord. Adjetiva/ or. Subord. Adjetiva
b) or. Subord. Subst./ or. Subord.
substantiva
c)
or. Subord. adverbial/ or. Subord. Adverbial
d) or. Subord. adverbial/ or. Subord.
adjetiva
e) n .d. a
3.
No período “Estamos na época da inteligência coletiva, distribuída não só entre pessoas/
afinadas por um mesmo objetivo,
mas até entre pessoas e máquinas”.
a)
or. Subord. Adjetiva reduzida de
particípio/ or. Subord. Adjetiva reduzida de particípio.
b)
or. Subord. Subst. Reduzida de
particípio/ or. Subord. . adverbial reduzida de particípio.
c)
or. Subord. Adverbial reduzida de
particípio/ or. Subord.
Adverbial reduzida de particípio
d)
or. Subord. Adverbial reduzida de
particípio / or. Subord. Adjetiva reduzida de particípio.
e) n .d. a
4.
Na frase “. Eu diria até mais, ainda que com medo de vaiarem: o conhecimento
precisa ser distribuído não só entre
cérebros humanos, mas também incluir a memória das máquina”, temos:
a)
or. Subord. adverbial reduzida de
particípio/ or. Subord. Adjetiva reduzida de particípio.
b)
or. Subord. Subst. Reduzida de
infinitivo/ or. Subord. . adjetiva reduzida de particípio.
c)
or. Subord. Adverbial reduzida de
particípio/ or. Subord. Subst. reduzida de particípio
d)
or. Subord. Adverbial reduzida de
infinitivo/ or. Subord. Adjetiva reduzida de particípio.
n
.d. a
5.
(PONTA GROSSA-PR) Um grande escritor brasileiro, realiza uma obra
de ficção, que é , modernamente, um depoimento sociológico e econômico da
região latifundiária do nordeste: a Zona da Mata e da Lavoura açucareira.
Trata-se de:
a) Érico Veríssimo.
b) Graciliano Ramos.
c) Marques Rebelo.
d) José Lins do Rego.
e) n. d. a.
a) Érico Veríssimo.
b) Graciliano Ramos.
c) Marques Rebelo.
d) José Lins do Rego.
e) n. d. a.
TEMA PARA REDAÇÃO
Em que mundo você
quer viver? (Considere os impactos ambientais e o comportamento humano diante
do meio ambiente). FAÇA UM ARTIGO DE OPINIÃO EM NO MÁXIMO 30 LINHAS.
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quarta-feira, 30 de maio de 2012
A HORA DA ESTRELA DE CLARICE LISPECTOR
A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
Análise da obra
A hora da estrela é também uma despedida de Clarice Lispector. Lançada pouco antes de sua morte em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa.
É pelos olhos do narrador e através de seu domínio da palavra que a existência e a essência são expostas como interrogações. Tal presença masculina retrata um universo de fragmentos, onde o ser humano não é respeitado, mas desacreditado nessa reconstrução de uma realidade mutilada.
Em A hora da estrela Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice.
A despedida de Clarice é uma obra instigante e inovadora. Como diz o personagem Rodrigo, estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. É Clarice contando uma história e, ao mesmo tempo, revelando ao leitor seu processo de criação e sua angústia diante da vida e da morte.
Estrutura da obra
É uma obra composta de três histórias que se entrelaçam e que são marcadas, principalmente, por duas características fundamentais da produção da autora: originalidade de estilo e profundidade psicológica no enfoque de temas aparentemente comuns.
A linguagem narrativa de Clarice é, às vezes, intensamente lírica, apresentando muitas metáforas e outras figuras de estilo. Há, por exemplo, alguns paradoxos e comparações insólitas, que realmente surpreendem o leitor. E também é peculiaridade da autora a construção de frases inconclusas e outros desvios da sintaxe convencional, além da criação de alguns neologismos.
Foco narrativo
Quanto à linguagem, o livro a apresenta fartamente, em todos os momentos em que o narrador discute a palavra e o fazer narrativo. Interessante notar que, antes de iniciar a narrativa e logo após a 'Dedicatória do autor', aparecem os treze títulos que teriam sido cogitados para o livro.
O recurso usado por Clarice Lispector é o narrador-personagem, pois conforme nos faz conhecer a protagonista, também nos faz conhecê-lo. Ele escreve para se compreender. É um marginalizado conforme lemos: "Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar pra mim na terra dos homens". Quanto à sua relação com Macabéa, ele declara amá-la e compreendê-la, embora faça contínuas interrogações sobre ela e embora pareça apenas acompanhando a trajetória dela, sem saber exatamente o que lhe vai acontecer e torcendo para que não lhe aconteça o pior.
Macabéa, a protagonista, é uma invenção do narrador com a qual se identifica e com ela morre. A personagem é criada de forma onisciente (tudo sabe) e onipresente (tudo pode). Faz da vida dela um aprendizado da morte. A morte foi a hora de estrela.
O enredo de A hora da Estrela não segue uma ordem linear: há flashbacks iluminando o passado, há idas e vindas do passado para o presente e vice-versa.
Além da alinearidade, há pelo menos três histórias encaixadas que se revezam diante dos nossos olhos de leitor:
1. A metanarrativa - Rodrigo S. M. conta a história de Macabéa: Esta é a narrativa central da obra: o escritor Rodrigo S.M. conta a história de Macabéa, uma nordestina que ele viu, de relance, na rua.
2. A identificação da história do narrador com a da personagem - Rodrigo S.M. conta a história dele mesmo: esta narrativa dá-se sob a forma do encaixe, paralela à história de Macabéa. Está presente por toda a narrativa sob a forma de comentários e desvendamentos do narrador que se mostra, se oculta e se exibe diante dos nossos olhos. Se por um lado, ele vê a jovem como alguém que merece amor, piedade e até um pouco de raiva, por sua patética alienação, por outro lado, ele estabelece com ela um vínculo mais profundo, que é o da comum condição humana. Esta identidade, que ultrapassa as questões de classe, de gênero e de consciência de mundo, é um elemento de grande significação no romance, Rodrigo e Macabéa se confundem.
3. A vida de Macabéa - O narrador conta como tece a narrativa.
Narrador e protagonista, inseridos em uma escrita descontínua e imprevisível, permitem ao leitor a reflexão sobre uma época de transição, de incoerência, como um movimento em busca de uma nova estruturação da obra literária similar à insegurança, à ansiedade e ao sofrimento. O tema é oferecido, socializando a possibilidade de ruptura.
O narrador revela seu amor pela personagem principal e sofre com a sua desumanização, mas, também, com a própria tendência em tornar-se insensível.
O foco narrativo escolhido é a primeira pessoa. O narrador lança mão, como recurso, das digressões, o que, aspectualmente parece dar à narrativa uma característica alinear. Não se engane: ele foge para o passado a fim de buscar informações.
Espaço / Tempo
O Rio de Janeiro é o espaço. Ocorre que o espaço físico, externo, não importa muito nesta história. O "lado de dentro"das criaturas é o que interessa aos intimistas.
Pelos indícios que o narrador nos oferece, o tempo é época em que Marylin Monroe já havia morrido - possivelmente a década de 60 em seu fim ou a de 70 em seus começos - mas faz ainda um grande sucesso como mito que povoa a cabeça e os sonhos de Macabéa.
Embora a história de Macabea seja profundamente dramática, a narrativa é toda permeada de muito humor e ironia. O próprio nome da protagonista constitui-se numa grande ironia (tragicomédia).
Personagens
Macabéa: Alagoana, 19 anos e foi criada por uma tia beata que batia nela (sobre a cabeça, com força); completamente inconsciente, raramente percebe o que há à sua volta. A principal característica de Macabéa é a sua completa alienação. Ela não sabe nada de nada. Feia, mora numa pensão em companhia de 3 moças que são balconistas nas Lojas Americanas (Maria da Penha, Maria da Graça e Maria José). Macabéa recebe o apelido de Maca e é a protagonista da história. Possivelmente o nome Macabéa seja uma alusão aos macabeus bíblicos, sete ao todo, teimosos, criaturas destemidas demais no enfrentamento do mundo; a alusão, no entanto, faz-se pelo lado do avesso, pois Macabéa é o inverso deles.
Olímpico: Olímpico se apresentava como Olímpico de Jesus Moreira Chaves. Trabalhava numa metalúrgica e não se classificava como "operário": era um "metalúrgico". Ambicioso, orgulhoso e matara um homem antes de migrar da Paraíba. Queria ser muito rico, um dia; e um dia queria também ser deputado. Um secreto desejo era ser toureiro, gostava de ver sangue.
Rodrigo S. M.: Narrador-personagem da história. Ele tem domínio absoluto sobre o que escreve. Inclusive sobre a morte de Macabéa, no final.
Glória: Filha de um açougueiro, nascida e criada no Rio de Janeiro, Glória rouba Olímpico de Macabéa. Tem um quê de selvagem, cheia de corpo, é esperta, atenta ao mundo.
Madame Carlota: É a mulher de Olaria que porá as cartas do baralho para "ler a sorte"de Macabéa. Contará que foi prostituta quando jovem, que depois montou uma casa de mulheres e ganhou muito dinheiro com isso. Come bombons, diz que é fã de Jesus Cristo e impressiona Macabéa. Na verdade, Madame Carlota é uma enganadora vulgar.
Outras personagens: As três Marias que moram com Macabéa no mesmo quarto, o médico que a atende e diagnostica a gravidade da tuberculose e o chefe, seu Raimundo, que reluta em mandá-la embora.
Enredo
Macabéa (Maca) foi criada por uma tia beata, após a morte dos pais quando tinha dois anos de idade. Acumula em seu corpo franzino a herança do sertão, ou seja, todas as formas de repressão cultural, o que a deixa alheia de si e da sociedade. Segundo o narrador, ela nunca se deu conta de que vivia numa sociedade técnica onde ela era um parafuso dispensável.
Ignorava até mesmo porque se deslocara de Alagoas até o Rio de Janeiro, onde passou a viver com mais quatro colegas na Rua do Acre. Macabéa trabalha como datilógrafa numa firma de representantes de roldanas, que fica na Rua do Lavradio. Tem por hábito ouvir a Rádio Relógio, especializada em dizer as horas e divulgar anúncios, talvez identificando com o apresentador a escassez de linguagem que a converte num ser totalmente inverossímil no mundo em que procura sobreviver. Tinha como alvo de admiração a atriz norte-americana Marilyn Monroe, o símbolo social inculcado pelas superproduções de Hollywood na década de 1950.
Macabéa recebe de seu chefe, Raimundo Silveira, por quem ela estava secretamente apaixonada, o aviso de que será despedida por incompetência. Como Macabéa aceita o fato com enorme humildade, o chefe se compadece e resolve não despedi-la imediatamente.
Seu namorado, Olímpico de Jesus, era nordestino também. Por não ter nada que ajudasse Olímpico a progredir, ela o perde para Glória, que possuía atrativos materiais que ele ambicionava.
Glória, com certo sentimento de culpa por ter roubado o namorado da colega, sugere a Macabéa que vá a uma cartomante, sua conhecida. Para isso, empresta-lhe dinheiro e diz-lhe que a mulher, Madame Carlota, era tão boa, que poderia até indicar-lhe o jeito de arranjar outro namorado. Macabéa vai, então, à cartomante, que, primeiro, lhe faz confidências sobre seu passado de prostituta; depois, após constatar que a nordestina era muito infeliz, prediz-lhe um futuro maravilhoso, já que ela deveria casar-se com um belo homem loiro e rico - Hans - que lhe daria muito luxo e amor.
Macabéa sai da casa de Madame Carlota 'grávida de futuro', encantada com a felicidade que a cartomante lhe garantira e que ela já começava a sentir. Então, logo ao descer a calçada para atravessar a rua, é atropelada por um luxuoso Mercedes Benz amarelo. Esta é a hora da estrela de cinema, onde ela vai ser "tão grande como um cavalo morto".
Ao ser atropelada, Macabéa descobre a sua essência: “Hoje, pensou ela, hoje é o primeiro dia de minha vida: nasci”. Há uma situação paradoxal: ela só nasce, ou seja, só chega a ter consciência de si mesma, na hora de sua morte. Por isso antes de morrer repete sem cessar: “Eu sou, eu sou, eu sou, eu sou”.
Por ter definido a sua existência é que Macabéa pronuncia uma frase que nenhum dos transeuntes entende: “Quanto ao futuro.” (...) “Nesta hora exata Macabéa sente um fundo enjôo de estômago e quase vomitou, queria vomitar o que não é corpo, vomitar algo luminoso. Estrela de mil pontas.”
Com ela morre também o narrador, identificado com a escrita do romance que se acaba.
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